sexta-feira, 15 de abril de 2016

da indolência

Meus Três Fantasmas, bye bye!
Pois vocês não vão tirar
A minha bela cuca-fresca
Desta graminha florida.

Nem queiram me pegar
Babando esses elogios;
Não sou a ovelhinha fofa
De qualquer farsa melosa.

Sumam dos meus olhos
E sejam como sempre
Apenas caras mascaradas
Na caixinha de sonhos.

Desapareçam daqui!
Tenho o bastante para a noite
E também tenho para o dia
Essas visões liquefeitas.

Vade retro, Assombração!
Da minha cabeça oca.
Pule com tudo nas nuvens
E não volte nunca mais.


So, ye three Ghosts, adieu! Ye cannot raise
    My head cool-bedded in the flowery grass;
For I would not be dieted with praise,
    A pet-lamb in a sentimental farce!
Fade softly from my eyes, and be once more
    In masque-like figures on the dreamy urn;
          Farewell! I yet have visions for the night,
And for the day faint visions there is store;
    Vanish, ye Phantoms! from my idle spright,
           Into the clouds, and never more return!


[KEATS, VI, Ode on Indolence]